quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Doce

Eu quero a sorte de um abraço comprido; de um beijo que não se acaba com um adeus... que não salta de boca em boca, como que sem saber o que quer. Porque eu me cansei de fumar minhas preocupações... meu não-saber... minha fuga. Que eu não quero voltar a dormir.

Por que eu sou assim? Acho que já não importa mais. Só por agora — não importa! Queria ter bebido um pouco mais... mas queria ter fumado menos. Do que adianta as maçãs? Do que adianta as masturbações? Do que adianta duvidar da vida, da morte, de Deus?

"Por que cê tá carregando esse tijolo, ?", como quem achava graça na estupidez. Como se precisássemos de bons motivos para deixar que a correnteza levasse. Mesmo que nem sempre seja o melhor a fazer. Porque a correnteza também é dúbia... e nem sempre caminha de encontro ao mar.

Sabe? — deixa pra lá! É só a boca que tá um pouco suja. Mas logo passa. Logo que eu matar essa coisa de dar ouvidos à Psicanálise. (Ou seria de dar ouvidos aos meus desejos?) Porque a verdade é aquilo que quero. E eu quero aquilo que já me esqueci. Mas logo terei que colher as roupas do varal (eles não me deixam esquecer).

Acho que um pouco cansado. Essa coisa de me tornar adulto não tem sido mole. Mas eu não me deixo enganar! — guardo uma rapa-dura-mole na geladeira.

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