quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

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E brinco de fazer a cena de amanhã, sem hesitar, com otimismo e inspiração que me trazem e levam e me garantem a vontade de uma dança a dois.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Poeira alta

Me pego lento, me solto ao vento e tento, sem tormento, me aterrizar em terra arada. Que bocas e fumos e bolsos duros suspendem a chance de me ter por perto, erguido, como quem não tem medo de nada.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Soprando as cinzas

Se me deixo enfrentar pelo acaso e me ponho a crer que os pontos se encontram por sintonia, aproximação, e que todos os sinais são bem menos que meros enganos, menos que loucura, imaginação, despejo-me em águas desabitadas, como quem desconhece a si mesmo e o mundo, este que traz e leva e impõe as regras, as rédeas e, para quem sabe, a liberdade.

E não me contento com o que tenho, com aquilo que posso e, na medida em que desço o vale, com aquilo que já vivi -- toda a paz e o prazer que se me entranham e se me escapam em razão da distância, da insegurança e da dúvida, esta antevisão marcada pela ineficiência com que explicamos, prevemos e controlamos o outro.

Pois me resta seguir com a porta entreaberta, tanto àquele como a qualquer outro esbarrão que se faz repentino, de tal forma que se dê chance à estabilidade dos pontos que trazem mais cor, riso, calor, e de tal maneira que as palavras, deitadas por quem já está de pé, figurem um passado leve, limpo, honesto, sem precisar de disfarce e prolixidade.