quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pássaro Verde

Não havia palavras que amarrassem, com precisão, o contorno e a textura da ocasião. Não havia sentido em dizer do inédito, da novidade... mas coisa igual é rara, irrompe sem piedade.

Que diabos fazer com aquilo, afinal? Diabos?! Parecia coisa de Deus -- esse assalto no peito que enche de vida e implanta um mau jeito; essa voz que acalenta e envolve nos braços!

Ah!, que coisa ter de ser e antever o perigo! Que coisa abrir espaço para o que consente em desatar o laço!

Mas não é besteira, não, e não é capricho ou invenção!... E quem duvidaria? A não ser o risco que assombra o desejo, não há o que faça pestanejar essa alegria!

De inefável a verbo, viu-se uma apertada mas maravilhada expressão -- um canto de quem vive o encanto de se entregar, e um voo de quem quer mas não sabe quando chegar.

Que o vento sopre e o baile se faça, e que a dança não roube o sorriso e a graça.