quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Noutro chamado
Nonde a astenia me abraça... e o movimento precisa ser abortado! — mudo, fechado, vazio.
Mas queria falar. Queria tocar o que me é proibido. Queria ouvir a parte calada do discurso que me aperta os olhos.
Porque eu sou o enfermeiro da dúvida... e sou um enfermo que duvida demais! Sou pedaços de uma mesma coisa. Peças que estavam em guerra. Guerra que pediu um descanso.
Mas a astenia não é o descanso: é o desgaste, a fadiga. E a música é o remédio que me relaxa os músculos da face.
[...] que eu dramatizo o meu emaranhado afetivo, eu sei! — de sorte que o drama encena a comédia, o ridículo, a sutileza das formas. Formas do agir, do pensar, do sentir. Formas toscas que me dão o prazer de experimentar a derrota, a decepção, o medo de tentar! Formas que embelezam a imagem que o espelho me faz; que mascaram a alegria e a fome que eles dizem sentir — fome da vida, dos outros, de mim!
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