domingo, 17 de maio de 2009

Das idas e vindas

Pode soar contraditório, mas minha liberdade advêm do policiamento e disciplina que aplico a mim mesmo. Já cantaram sobre isso, você sabe. Mas pode mesmo acreditar: disciplina é liberdade!

Meu coração é muito rebelde. Desde cedo, lá no Colégio Tiradentes, alertaram-me sobre a minha carência. Ouvir isso foi o que me custou ter imitado os gestos opressores de um policial militar. Mas ele, a disciplina dele, aquilo lá não é liberdade, não! Pode ser, admito, que atualmente suas palavras tenham se tornado verdade. Engraçado pensar: verdades e amores só se concretizam quando não há conflito entre as partes! Acho que — na maioria das vezes — essas partes não são nada mais que pessoas — duas ou mais! No meu caso, contudo, a verdade acerca da minha "carência" foi posta por mim mesmo. Flagrar algumas de minhas percepções distorcidas sobre a intenção dos meus amores desencadeou uma série de análises e conclusões surpreendentes. Em razão disso, tenho estado mais atento às tormentas que sacodem o meu estado de espírito. E sabe o que acabei descobrindo? O amor é a coisa mais subversiva que já ousou pousar sobre o meu coração!

Tudo bem: nunca o provei por inteiro! Nunca tive a coragem de experimentá-lo sem pudor, sem receio... Nunca o beijei sem um escudo e uma espada nas mãos!

Pensando bem, o que me apavora não é exatamente o amor. Você conhece bem os meus devaneios: final de semana no sítio, filhos, café e um violão. Você sabe o quanto me felicito em momentos em que somos o mundo inteiro! O quanto rio infantilmente quando te tenho em desejo, em satisfação... E quando, só com os olhos, você diz que me quer!...

Só queria poder te visitar mais. Queria saber por que bares e ruas tem passado. Só te encontrei duas ou três vezes na vida, como que encarnado naquelas garotas. Vai ver, como cantou o poeta, eu só não te vejo porque fico esperando que você caiba nos meus sonhos. E isso, segundo ele, é coisa de quem não sabe amar.

2 comentários:

Patricia disse...

hum, interessante...

Mariana de Oliveira disse...

gostei muito da forma simples, e ao mesmo tempo, amedrontadora, como é colocado o amor. como algo tão simples pode dar tanto medo?