sábado, 16 de maio de 2009

Amanteigado


Não há ninguém melhor para falar sobre a loucura que o próprio louco. Os cientistas conhecem tanto a loucura quanto os padres entendem de relações conjugais. (Veja que o que precede isso é uma generalização. Não há por que esconder das criancinhas que muitos padres já brincaram de Michael Jackson. E não há dúvida de que os grandes gênios e os loucos partilham versos de um mesmo discurso.) Certo: classificamos e sistematizamos bem o conhecimento proveniente disso a que chamamos loucura. É diagnóstico fenomenológico — não tem segredo! Agora, empatia nenhuma consegue vislumbrar o que é vivenciar um delírio! Empatia nenhuma consegue pescar cada fragmento dessa esquizofrenia! E mesmo ajuntados, como num arroz a grega, esses fragmentos não erigem nem de longe o que dizemos entender por sanidade!

Ah! Vai ver, essa história de fragmentação não é tal como citada nos manuais! Vai ver, um usuário de maconha entende muito mais de loucura que os próprios cientistas (não estou incluindo os gênios!). Vai ver, eu tô subestimando essa gente toda — inclusive os padres, que, sabemos, nunca se deitaram com ninguém.

Sei lá por que diabos esse tema me toca. Loucura toca quase todo mundo, né? De médico e louco... blá, blá, blá! Tô me cansando desse discurso! Aliás, tô me cansando desse biscoito de... de... amanteigado!

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