quinta-feira, 26 de março de 2009

A identidade do efêmero


Cadê os berros de Cobain? o canto-jovem dos hermanos; as notas que lubrificavam o corpo e a alma... — cadê?
Os desenhos de infância; a bicicleta azul, a espada dos gatos; os coleguinhas-de-rua e a mãe que cuidava do que era insalubre... — cadê?
O cigarro, que não libertou nem aprisionou; e o sexo, que trouxe o susto, provou-se pecado e abriu as portas do céu... — cadê?
A inteligência e a sabedoria, que por pouco não massacraram o amor... e as certezas acerca do homem, da vida... — cadê?
Cadê o esporte, que pediu que fosse atleta, que não bebesse... que compreende a arte e a disciplina... — cadê?

Eu-mesmo, longe de minhas paixões, de meus referenciais... e desgarrado de tudo o que insiste em se enraizar, em me definir... — cadê?

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