[...] que é a descrição de quem me ouviu falar: tudo aquilo a que procuro, a que espero, a que me entrego e me apego. Um pedaço de mundo que deve haver por aí: seu jeito e cheiro, seu dengo... e o carisma e a delicadeza dos traços. Um pedaço de sonho que há de existir, porquanto te vejo em peles e telas outras; um restinho de vida que renasce e traz consigo um destino gostoso de ouvir.
terça-feira, 29 de março de 2011
domingo, 27 de março de 2011
Ah, faça não...
Ah, cê me procura em privação, diz que é saudoso e se prega em minha mão; me beija os pés, faz amor como um operário, me agarra forte e se finge de armário; mas logo não tarda um "Boa noite!" de quem sai atrás de outras saias, e não mede o risco de cantar e encantar com o seu violão.
Ah, faça não!
quarta-feira, 23 de março de 2011
Conselho
Encosta o ombro em que te fez ouvir melhor, e espera que há de ver que não há tempo que espere uma nova promessa. E faz valer a chance que passa a cada momento, a cada anúncio, tendo contudo a calma e a persistência de quem dribla a covardia; que assim, se o vento levar e o esforço revigorar o velho fim, vai entender que se vive uma só vez.
quinta-feira, 17 de março de 2011
Teletubbies
Olha, não precisa me atender. Não resisto e não insisto em querer dizer o que me passa -- e disfarça, que é clichê. Não sei dizer. Não sei dizer.
Mas me agarra forte e me diz que há vida além de um HD. Me passa um cigarro e me enche o saco, mas não me recusa e me faz pensar que eu não valho um centavo.
Okay: exagerei. Okay: é hora de dar tchau!
domingo, 13 de março de 2011
Perdão
Queria gravar o riso abobado que marca o céu da virada, avermelhado, e toda a mentira sincera que me escapa e me faz refém do seu toque. Mas o pecado e a distância, que fazem valer mais, podem querer não resistir ao ânimo e à coragem -- estes pontos que figuram como o açúcar no fogo.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Carnaval
Que a distração nos faça bailar ao som do desinteresse, da vontade de abraçar enquanto dure a surpresa, o desconhecido, e que termine com a satisfação de um lindo e breve amor inventado.
Em passos de formiga
Não nego que me entrego e me apego ao sossego de ter o corpo agitado; e com passos rasos, sem atraso, conquisto o espaço que outrora desfaço; e neste, por um instante, sei que doravante há de findar a espera de me ter manso, sensato, com a habilidade e o carisma de um bom amante.
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