sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Noite com mais um Zaratustra

Não estive só ao fazer a subida. O sol, quente que esteve, queimou algo mais que o meu rosto branco. Mais tarde, com frio, me aqueceu a esperança de descer e reproduzir o que vi lá de cima. Aqueceu a eles também, em tempos e lugares distintos — e tiverem esse mesmo desejo.

Lá embaixo, em meio ao rebanho, os que me ouviram abriram riso. Decidi recolher-me aos que beiravam o morro, aos mais virtuosos e sagazes que jamais encontrara. Depois de incontáveis brigas, nos agregamos ao outro rebanho e nivelamos vales e picos mediante uma única voz: o amor. E a paz reinou até o momento em que começamos a desafiar de novo a ignorância.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Mais uma volta

Agora — mais próximo do aconchego pródigo, do ouvido limpo e dos canais. Essa casa que me acalenta o corpo, porém arrebenta o nariz, me traz de volta ao ninho do canto, da comida boa. As espinhas abaixam, o cabelo se ajeita, a vontade de ficar me toma a cabeça. Como poderia ser diferente? Os bichos caseiros me querem com olhos e boca, e eu os quero com devido respeito — e cautela. Já não parece quem me fez desacreditar, chorar, partir... Pois já não sou quem desacreditou, chorou e partiu.